Fomento à divulgação científica: retrospectiva do quadriênio
19 de dezembro de 2020
Vanessa K. Verdade
(docente do PPG-EVD)
O ano de 2018 deixou ainda mais claro algo que como cientistas, já sabíamos: a importância da divulgação científica. Ficou claro, não somente no Brasil, mas também em outras partes do mundo, que os índices de analfabetismo científico são muito altos. Regionalmente, assistimos declarações absurdas a respeito das Universidades Públicas, indicando a falta de conhecimento da população brasileira, não só em relação ao conteúdo científico, mas também ao como e onde a ciência é gerada no Brasil. Iniciativas governamentais e institucionais ganharam visibilidade ou foram criadas para aumentar a divulgação científica e projetos de extensão que aproximassem o público dos geradores de ciência do país.
Assim, em 2018, o Blog de divulgação científica da UFABC (UFABC divulga Ciência) foi repaginado, ganhou espaço no site da Pró-reitoria de extensão e cultura (PROEC) da universidade, não só como divulgador de ciência, mas também como aglutinador de projetos que já vinham sendo realizados e apoiados pela Universidade, mas cuja divulgação estava pulverizada em outros sítios. Dentre eles, destacamos o Guia dos entusiastas da Ciência (GEC), projeto que teve início em meados de 2018, reunindo docentes de diversas áreas de ciência básica, especialmente física, química e biologia e cursos de pós-graduação de áreas afins, entre eles, a pós-graduação em Evolução e Diversidade. Entendemos que seria mais efetivo participar e contribuir para a fundamentação de uma iniciativa já implementada, do que pulverizar os esforços de criação e manutenção em novas vias de comunicação oficiais com a sociedade. Passamos a incentivar a publicação de textos e entrevistas com o objetivo de divulgação nos blogs institucionais vigentes.
De 2018 a 2020, cinco docentes do núcleo permanente e quatro alunos, agora egressos, participaram da iniciativa de expansão da divulgação científica oriunda de nosso programa através de publicações no UFABC divulga Ciência e GEC. No total foram 21 textos e um podcast, alguns diretamente sobre temas relacionados à evolução e diversidade como: “Somos todos peixes”, “A gente evolui, mas não progride!”, “O sapo não lava o pé, mas tem chulé?”, “A hora do sapo beber água, chega?”, “Minha amiga samambaia! Tudo ouve, tudo vê!”, “Será que basta olhos para ver o arco-íris? Como os animais enxergam cores?”, “Sentimentos e emoções dos animais. Somos tão diferentes assim?”, “Sapos e física, o que têm a ver?” e o podcast “Universidade das crianças: dinossauros”. E à conservação ambiental: “Atenção colecionadores de conchas, últimas unidades!”, “Mudanças climáticas globais e a era dos walking deads, Defensivos agrícolas ou agrotóxicos? Modernização ou vilania?”, “Abelhas morrem de fome no outono e aves no inverno nas ruas de Santo André”, “Sustentabilidade: você consegue viver dentro dessa rosquinha?”. Outros abordaram temas mais gerais relacionados à fazer ciência e ao trabalho de cientistas: “A ciência que você vê, mas não percebe!”, “Crônica de uma tragédia anunciada: a morte assistida do Museu Nacional”, “Pesquisa, extensão e gerenciamento”, “Maternidade na carreira acadêmica: depoimento”. E, finalmente, nossos docentes também transitaram entre assuntos da atualidade: “Mãe, porque a gente tem que tomar vacina?”, “Novo coronavírus no Brasil, qual deve ser o tamanho de sua preocupação?”, “Saúde única, uso do solo e pandemia. Que combinação é essa?”, “COVID-19: ainda não devemos relaxar o isolamento social!”
Além da divulgação no site oficial da universidade, também houve divulgação dos textos em diferentes mídias sociais: no Twitter (@guiaeciencia), no Facebook (https://www.facebook.com/guiaeciencia) e no Instagram (guiaeciencia). Diversos autores publicam no GEC, mas textos com autoria de docentes de nosso programa estiveram entre os top 5 do blog em agosto, setembro, outubro de 2018, janeiro de 2019 e março, novembro e dezembro de 2020, sendo que em setembro de 2018, três dos cinco textos mais acessados eram de autores membros do NP do programa. O alcance obtido através desses textos foi surpreendente. Em termos geográficos, de 2018 a 2020 o GEC foi acessado por usuários de 118 países, dentre eles, além do Brasil, Angola, Moçambique, Estados Unidos, Japão, Cabo Verde, Argentina, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Itália, Finlândia, África do Sul, Cuba, Turquia, entre outros. Em termos quantitativos, nos três anos, o acesso às páginas do GEC foi de 192.174 acessos de 80.496 visitantes. Esses números têm aumentado de 2018 a 2020 e só consideram acessos diretos no endereço do blog, desconsiderando compartilhamentos de compartilhamentos no Facebook, por exemplo. Isoladamente, os docentes autores de nosso programa somaram cerca de 10.500 acessos em 16 textos, uma média grosseira de mais de 600 acessos por texto, que desconsidera data de postagem. Um impacto em termos de número de leitores e diversidade não imaginado antes das redes sociais. Que no próximo quadriênio o sucesso da parceria seja mantido e possamos aumentar ainda mais o alcance geográfico e quantitativo da produção do programa no GEC, ampliando os canais de divulgação e investindo na tradução dos textos para o inglês!